História
Carmo da Cachoeira é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2004 era de 12.278 habitantes.
Baseados em depoimentos feitos por antigos moradores da cidade, soubemos um pouco da história deste município do sul de Minas. Dizem eles estas paragens eram conhecidas como “deserto desnudo”. O local onde se encontra a cidade tinha o nome de “sítio da Cachoeira” e pertencia em parte aos Rattes.
Três fazendas – Boa Vista, Retiro e Rancho Compunham a paisagem da região. Assim, os Rattes, moradores do sítio da Cachoeira e do “deserto desnudo” foram os primeiros habitantes do futuro povoado de Carmo da Cachoeira, hoje município de Carmo da Cachoeira. Em 1853, o lugar mais importante era a Fazenda Boa Vista, onde até eleições havia, segundo documentos da época. Em 1842 passou-se a fazenda para distrito da Boa Vista. A primeira capela foi construída entre 1845 e 1847.
A partir de 1848 as eleições foram feitas no povoado de Nossa Senhora do Carmo da Boa Vista. Em 1857, já distrito, a paróquia de Cachoeira do Carmo deixava de pertencer ao distrito da Boa Vista. A primeira igreja foi reformada e ampliada entre 1873 a 1875 e teve como diretor de obras o Sr. Severino Ribeiro Rezende.
O primeiro cemitério que surgiu era apenas um cercado de bambus, no mesmo local onde se encontra o cemitério paroquial que foi ampliado entre 1922 e 1924 pelo então vigário, padre Teófilo Saez. Essas construções foram a marca inicial do povoamento de Carmo da Cachoeira.
O terreno hoje ocupado pela cidade foi doado em parte pelos Rattes e outra parte pelo tenente-coronel da Guarda Nacional José Fernandes Avelino, que fez construir e nele residiu, o velho casarão situado na esquina da Praça do Carmo. Dizem que quando haviam sido construídas 100 casas, o arraial foi elevado à categoria de freguesia. Assim a capela era citada sendo a “capela de Cachoeira do Carmo no Município de Lavras do Funil”.
Algumas personalidades marcaram o crescimento da cidade e foram eleitos vereadores especiais por Carmo da Cachoeira em Varginha: o Sr. Antônio de Rezende Vilela, o Dr. Moacir Rezende e o Dr. João Otaviano Veiga Lima.
Em 1928 veio a Carmo da Cachoeira, como vigário, o cônego José Dias Machado, que resolveu desmanchar a velha matriz e construir outra mais de acordo com as necessidades da paróquia. O resultado é a matriz da Praça Nossa Senhora do Carmo. A praça foi inaugurada em 16 de julho de 1938.
Em 17 de dezembro de 1938 foi criado o município de Carmo da Cachoeira, e em 1º de janeiro de 1939 tomou posse o seu primeiro prefeito, Antônio Rezende Vilela, que ficou sete meses no poder, passando a prefeitura para seu filho Amintas de Oliveira Vilela.
A Educação veio formalizada com a construção, em 1878, da Escola pública Feminina. Em 1903 dona Ana Evangelina Ximenes regia as aulas. A Escola pública Masculina tinha como regente Pedro Juvêncio de Souza. Em 1930 essas escolas foram transformadas em escolas reunidas. Em 1947 foi criado o Grupo Escolar “Monsenhor Nardi”, que hoje se chama “Pedro Mestre”. Hoje a cidade conta com nove escolas de 1º grau e uma de 2º grau.
Atualmente Carmo da Cachoeira, conta com 11.125 habitantes espalhados pelos seus 507,3 km². Já conta com internet via rádio, através de uma ONG (AINCCA), além dos serviços fornecidos pela TELEMAR. Outra ONG é formada pelo grupo Trabalho e Dignidade: trabalha com mão-de-obra ociosa – fora da época da “panha de café”. É um movimento social alternativo. A renda per capita do município é de R$ 458,06 anuais – fonte IBGE.
Carmo da Cachoeira continua pertencendo ao grupo que a economia denomina “setor primário de produção”, isto é, agrário-rural. Nas ruas o povo, ao “jogar conversa fora”, comenta que a cidade não vai para frente porque a igreja matriz foi construída de costas para a entrada da cidade. Histórias que o povo conta.